sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Partida


Pois é Raul,não é que tu se foi mesmo,cara.

Ainda lembro a ultima conversa que tivemos,discutindo Dom Quixote,tu me falou quando tomou um porre em La Mancha e se irritou con Sancho Pancha.

Me lembro também daquele almoço na cidade das Estrelas,mais precisamente no bar do Dr Pacheco,quando pediu um cerebro vivo a vinagrete e levou uma garrafa de bebida inrrustida porque Angela não podia ver.Não comemos nada.Tu bateu uma xara e eu quiz outra também.

É Raul me lembro muito bem de sua partida,era inverno de 89.Foi pela pista do aterro com seu corcel 73 até a estação com um sapato em cada pé,uma espada e a guitarra na mão,pegou o trem 103 as 7:00hs,reclamou de um gosto azedo na boca,evitou um aperto de mão e me disse tão calado:

"Quero ir meu amor me espera;

Quero ir pela primavera;

Quero,quero,quero ir."

E partiu!

Vi em seus olhos verdes que piscavam no escuro do céu,o verdadeiro sentido da vida.

Fazendo simplesmente tudo o que queria.

Viajar sem passaporte por esse planeta que é seu que é nosso.

Nunca mais lhe vi.

Essa manhã quando acordei,olhei os livros na estante,tomei meu Quilindrox,meu Disconneu,olhei para o par de coxas do meu lado;

Naquele momento entendi o quão real foi o dia em que a terra parou...

Um comentário:

  1. bixo enqto houver malucos blz como vc, que estão sempre expondo pensamentos do cara, ele nunca vai morrer....raul vive nas letras de musicas, pensamentos, poesias estilo de vida que espressamos no nosso dia dia....

    "um sonho vivido sozinho é apenas um sonho, um sonho vivido junto é realidade."

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